Fui agraciada com cabelos louros, mas aos 15 anos de idade eu achava pouco, eu queria mais, então eu comecei com uma mechinha descolorida de leve, uns reflexozinhos aqui outros ali. Todos diziam que eu era muito nova pra começar a tingir o cabelo, que eu deixasse para quando realmente precisasse, que é a fase da vida das mulheres em que elas tem duas opções: ou ficam grisalhas ou ficam loiras. Eu dava de ombros, eu queria me ver diferente de algum modo, e sabia que quando eu quisesse eu podia parar, mas não foi assim. Eu queria sempre mais e mais...foi assim que veio a primeira tintura e os primeiros experimentos capilares. Mal sabia eu que era um caminho tortuoso e sem volta.
Sempre adepta do "faça você mesmo em casa", salão de beleza nem pensar, então com tintura de farmácia, eu mesma clareei ainda mais meus cabelos, e gostei tanto de mim loiraça, que eu passei a fazê-lo todo mês. Eu não contava com uma coisa: o meu cabelo tem tendência a alaranjar depois de um tempo, então, para não ficar parecendo uma cenoura ou que eu o lavava com água de salsicha, eu testei por muito tempo todos os tipos de loiro que poderia existir, até chegar a um tom acinzentado, mais escuro. Era esse! Eu podia ser feliz assim!
Tudo ia bem e a vida era boa, até eu termimar com meu primeiro namorado. As mulheres são assim, quando se sentem rejeitadas a primeira coisa a fazer é mexer no visual. É muito difícil convencê-las de que se o relacionamento não der certo não tem nada a ver com a sua aparência. Taquei logo um vermelhão e pela primeira vez senti o poder que um cabelo vermelho tem. Além de nos fazer sentir com algum super-poder, vicia de um jeito que dificilmente deixamos de ser ruiva, (até porque o vermelho não sai com facilidade fica sempre o vestígio não importa a cor que coloque depois) sem falar que chamou muita atenção, principalmente do ex namorado.
Mas o caso é que passei a procurar nos vermelhos, o meu tom ideal. Foi de vermelho cereja ao sangue, e houve até uma época em que eu parecia um fósforo ambulante, ganhando o apelido de "fiat lux" na faculdade. Era legal, eu gostava muito, contrastava com a minha pele branquíssima e eu parecia uma viking, além de me dar um ar de adolescente revoltada. Havia um pouco de verdade nisso, combinava perfeitamente com tudo o que eu passava na minha vida naquela época. Quando eu olho para trás eu ainda penso como é que eu consegui passar por tanto. Foi difícil por mais alegre que o meu cabelo fosse.
Tive umas recaídas, enloireci uma outra vez, depois não resisti e voltei aos cabelos de fogo, dessa vez mais naturais. Houve quem perguntasse se eu era ruiva de verdade e houve quem se desapontasse também quando ouviam o não de resposta.
Uma vez aconteceu uma catástrofe. Sabe quando a poção do cientista maluco dá errada? A hora em que o médico vira monstro? Pois é, passei uma tinta por engano e o meu cabelo ficou quase rosa choque. Tive que passar um castanho escuro, que na verdade ficou preto. Eu posso dizer, com um certo orgulho talvez, que eu já foi loira, ruiva e morena. Foi quando eu comecei a fazer piada comigo mesma, e pensar seriamente em azul ruína, cor que a Clementine, personagem da Kate Winslet, usava no filme "brilho eterno de uma mente sem lembranças" (um dos meus preferidos), ela também mudava de cor de cabelo como quem muda de roupa. O vermelho fósforo já teve vez porque não o azul? Não sei o que acontece, acho que essa vontade de mudança vem de uma vontade de mudança interior fracassada. É sempre assim, quando algo está errado, eu mudo o cabelo, como se uma nova cor trouxesse nova cor para a vida. E meio que funciona...sempre é bom no começo, mas depois deixa de ser novidade e volta a ser como era.
Filme "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" - o azul ruína de Clementine - a inspiração, hehe.
Eu estava conseguindo, tinha parado com os experimentos. Após tantos anos procurando a cor ideal, eu havia encontrado. Porém essa semana eu precisava retocar a tintura e não encontrei em lugar algum a cor costumeira. Para infelicidade geral da nação, ela havia saído de linha, pensei em recorrer novamente ao loiro, mas todo mundo é loiro na minha família, é muito monótono, e como eu disse, vermelho vicia, então lá fui eu fazer experimentos com o meu cabelo.
O certo seria que eu aprendesse com os erros. E com toda a minha experiência em cabelos tingidos, saber que tinta 7.4 de uma marca, não é a mesma 7.4 de outra. E que ao prepará-la e perceber que a cor é estranha, não tacar no cabelo e ver no que dá. Fui ver no que dava...
Voltei a fase da viking revoltada, embora eu esteja parecendo um personagem de mangá. Mesmo que meu cabelo esteja brilhante e sedoso como nunca, eu odiei a cor, fiquei com vergonha por mim, queria raspar a cabeça no zero ou lavar com alvejante para ver se desbotava. Mas algo estranho aconteceu: a primeira vez que sai na rua no intuito de comprar uma tinta pra passar por cima, recebi vários elogios e até um bebê queria puxar meu cabelo (me confundindo com um brinquedo gigante, certeza). Olhei no espelho uma segunda, uma terceira e na vigésima vez já estava convencida de que eu podia ter aquele cabelo por mais alguns dias.
Mês que vem é outra história, só Deus sabe que cor vai reinar sobre minhas madeixas. Enquanto eu tiver cabelo, eu vou experimentando...
Ô, picanha...
ResponderExcluirficou legal o blogger...
ResponderExcluirquando der visite o meu
deixe recados
abraços
Ai, eu nunca pintei o cabelo!! Tenho medo de fazer caca e depois ter que aguentar sabe deus quanto meses ou ANOS até ele voltar "ao normal". Mas das fotos que eu vi, seus cabelos sempre foram lindos, da cor que fosse! :o)
ResponderExcluirEu superei o vício! Depois de mais de 4 anos com cabelos variando entre vários tons de vermelho -do vermelho sangue ao acaju púrpura, que ficava roxo na verdade. É possível fugir disso, Joycita. Não que eu ache que vc precisa.
ResponderExcluir;)
Elogios, uh... conte-me mais sobre isso. :)
Nem acredito que acho que vou conseguir postar meu comentário...
ResponderExcluirIsso porque desde ontem estou tentando e dá erro!
tudo isso pra dizer q eu morro de saudades dos meus cabelos ruivos... e que ontem vi numa foto q eu preciso de um tapa no visu!
hiauhauihauiha
beijaooo
ui ui ui! tbm quero mais detalhes! hahahaha
ResponderExcluirNão sei se foi decepção, mas saber que vc não era ruiva... mesmo sendo loira... é que, na verdade todas as variações do meu cabelo foram grande, curto, raspado, penteado coisas do tipo....
ResponderExcluirCulpa do coringa que disse que ruiva dava azar! hihi
ps: tinta é classificada por numero?? e o que é acaju? à caju???
Esse post me deixou confuso!
Gostei de você!
ResponderExcluirAbraços.
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ResponderExcluirMinha mãe tem 53 anos e nunca pintou o cabelo. Na verdade, nunca tinha pintado até semana passada. Ela sempre foi loira, aquele loiro mel, lindão. E ela tinha poucos cabelos brancos. Mas tem uma coisa: minha tia é cabeleireira. E minha mae toda faceira foi ao salão com a intenção de mudar! E mudou! MUDOU! Chegou em casa com o cabelo daquela cor sabe... Vermelhão quase puxando pra um ROXO?! Eu rí muito quando ví ela, mas na real achei o máximo minha mae ter dado um up assim sabe?! E ela gostou também. Mas foi só coisa de momento. No outro dia ela me acordou toda desesperada: - Ai o meu cabelooooo! Que que eu fiiiiz co meu cabelooo!
ResponderExcluirDaí ela voltou ao salão e pra amenizar a cor impactante que estava em suas madeixas, ela puxou luzes acinzentadas. Quando chegou em casa eu me matei rindo denovo! O cabelo dela parecia que tava cor-de-rosa-bebê sabe? Muito estranho. Dois dias depois, ela fez o que?! DESCOLORIU TUDO e passou depois por cima um Louro Mate. PUTAQUEOPARIU, O CABELO CAIU! Sim, ficou aos tocos. Ela chorou, chorou, chorou. Mas ainda bem que ela tem o cabelo curtinho, ou seja, nao ficou tao diferente assim. HAUHAUA. Mas ah, foda né?! A cor ficou bem bonita agora, ficou mais parecida comigo ainda! E o cabelo cresce rápido né?! Mu-ahahaha.
Gostei daqui. Nao me contive, precisei contar essa travessura! =)