terça-feira, 1 de julho de 2014

Telefone sem fio.


Uma das perguntas mais fáceis de se responder na vida de uma criança, é o que ela quer ser quando crescer. Eu por exemplo, sabia com certeza que queria trabalhar no Carrefour, andando de patins o dia todo pelas seções do supermercado. Isso sim era carreira dos sonhos! Quando me tornei adulta e chata, além de perceber que eu não era tão boa com os patins, conclui que a pergunta sobre o que queria ser me tirava o sono.  

Gostaria de dizer que a escolha da minha profissão foi uma luz iluminando um caminho de escuridão e dúvidas, e me sentindo tomada de inspiração eu iria dominar o mundo, fazendo algo útil e altruísta....mas não, não foi bem assim! Foi bem menos interessante que isso. A bem da verdade não me lembro com certeza se escolhi no "unidunitê" ou se achei pomposo o nome do curso. Pegadinha! 

E hoje, a vida que é essa caixinha de surpresas, fez de mim uma comunicadora. E sabe o que é ironia nessa vida? Eu não saber me comunicar na minha vida pessoal.

Vamos fazer um intensivão pra facilitar. O que faz o processo de comunicação acontecer é o seguinte: existe um transmissor e um receptor da mensagem, que precisa ser decodificada, se houver ruído (qualquer interferência que seja) na transmissão dessa mensagem, crocodilo vira cocô de grilo. Se a mensagem não for decodificada, não houve comunicação. Então, acho que deu pane em alguma configuração e estou codificando minhas mensagens em alguma língua estranha ou símbolos indecifráveis, pra pedra roseta nenhuma botar defeito.

Eu acho que são grandes os ruídos que me cercam e às vezes não consigo me fazer entender. Ando sendo mal interpretada em algumas coisas que falo, e isso começa a me preocupar. Se as pessoas desenvolvessem um poder de telepatia, talvez isso pudesse ser resolvido, mas como elas resolveram ficar de má vontade, ainda não aprenderam a ler pensamento. Se bem que não ia adiantar, meus pensamentos se organizam da mesma forma que o meu quarto, são autobagunçáveis.

Eu estou trabalhando fortemente para melhorar minhas habilidades comunicativas, estudando o público alvo, traçando estratégias de drible da audição seletiva e colocando mais empatia nas minhas mensagens. Se nada der certo eu acho que ainda posso me candidatar à vaga no Carrefour, os patins de hoje em dia devem estar bem mais modernos.

Falando e escrevendo pelos cotovelos eu sigo em frente. Sendo bem ou mal compreendida, o que eu faço é me comunicar. Quem passa pela vida sem passar sua mensagem..."não sabe de nada e só come marmelada". Teria sido legal encerrar com uma frase profunda agora, mas não saiu como o esperado. Vou ficar devendo essa. 



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