Coisa de boboca

Lembra como a gente imaginava que seria o futuro há umas décadas atrás? Mais ou menos como no mundo dos Jetsons: robôs por todos os lados, carros voadores, prédios que se movem, altas tecnologias controlando tudo que se possa pensar. Eis que me avisam que a era digital chegou, que ela está louquinha querendo tomar conta de tudo. Para mim ela sempre foi esperada como algo que antecedesse o fim do mundo, tipo filme de ficção científica mesmo; não consigo evitar de pensar no trailer: existem os dinossauros, eles são extintos, depois existem os homens que criam as máquinas, os homens são extintos, as máquinas povoam o mundo, as máquinas destroem o mundo, com todos os efeitos especiais cabíveis e incabíveis e talvez até um final mais emocionante com direito a reconstrução do planeta por extra terrestres. Talvez nem tão catastrófico assim!

Essa semana participei do encontro de Publicidade e Propaganda da Católica em Goiânia, que abordava o tema quase apocalíptico: comunicação digital. É como se dissessem assim "O Futuro vai começar...um, dois, três, já! Começou!" Mas eles não podiam fazer isso com a gente, mesmo que eu tenha esperado por esse momento a minha vida inteira, parece que era pra ser um acontecimento distante ainda...Pareço até uma velhinha dizendo "No meu tempo era bem melhor!", mas cá entre nós, muita tecnologia assusta!

A impressão que eu tenho é que o mundo será invadido por monitores, privacidade será algo não desfrutável e as pessoas ao mesmo tempo que estarão conectadas e muito próximas, estarão cada vez mais distante fisicamente falando. Beijos, abraços e até sexo se tornaram cada vez mais virtuais, as pessoas mais informadas e ao mesmo tempo menos sábias, levando em conta que a maioria das informações são instântaneas e descartáveis...é de se espantar!

Não pensem vocês que eu sou contra a modernidade não, parte de mim acha o máximo poder acessar a internet de qualquer lugar, a ótima resolução da TV digital, o mundo de informações em tempo real aos nossos pés e todas aquelas palavrinhas do nosso cotidiano que são utilizadas com tanta naturalidade: bluetooth, e-mails, megapixels, gigabytes, ipod, mp4, e por aí vai...Sem falar que eu como comunicadora acho toda forma de comunicação válida, adoro inovações e facilidades.

Mas aí, tem a outra parte de mim que vibra com um livro com páginas de verdade, jornal com aquele cheirinho bom, vitrola, disco de vinil, fita cassete, correspondência escrita a mão, jogo banco imobiliário; talvez essas coisas remetam à uma poesia que o moderno não consegue trazer. Tudo bem podem me chamar de boboca...que é uma palavra bem antiquada por sinal; consigo pensar em outras ainda mais, como: serelepe, peralta, supimpa, batuta, patota....tá parei!