quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Síndrome de mãe.


Não é uma questão urgente, nem tão pouco filosófica, no entanto eu gostaria de saber de vocês, se por acaso alguém sabe se é obrigatório ser engraçada quando a gente se torna mãe? Porque assim...(me desculpe mãe se você estiver lendo isso) a minha é engraçadíssima. 

Ela além de odontóloga, é psicóloga de cachorro nas horas vagas. Qualquer aflição canina não passa desapercebida, inclusive consegue traduzir os pensamentos deles na mosca, com margem de erro de 2% para mais ou para menos. É vidente de futuros mirabolantes e fatídicos, mas até aí dou razão à ela de se preocupar. É sempre bom se precaver, porque de repente você pode mesmo ser raptada no centro da cidade pela máfia chinesa, ou é melhor levar um casaco, porque pode cair uma tempestade de neve em Anápolis. Ah! e tem também o "manhês", uma linguagem própria que as mulheres desenvolvem no decorrer da maternidade. A minha mãe por exemplo tem um jeitinho todo particular de dizer "maqui dônaldis", "subauei", "telecine tuchê". Só não pode rir! A gente tem que passar por isso séria, porque acredito que magoar sentimento de mãe é quase um oitavo pecado capital.

E aí quando as mães se tornam avós acho que a situação se agrava. Desde que me entendo por gente, não consigo olhar para minha avó paterna sem rir, nem que seja pelo menos por dentro (como já disse, para não magoar). Ela chega a ser surreal, com suas teorias M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A-S, sobre homossexualidade por exemplo, nada mais certo de que a culpa ser dos hormônios dos frangos de granja, então na casa dela só se come agora frango caipira, que é para não abalar a masculinidade dos homens da casa. Ainda tem as simpatias e curas milagrosas para qualquer tipo de doença. A minha preferida é "Tá com asma? Coloca uma tartaruga embaixo da cama!" Oi? É...sei lá, deve ser coisa de avó!

Ainda tem as bisavós. A minha no auge do seu centenário, não escuta absolutamente nada. Então ela adora inventar nomes. O jogador Neymar vira Reymar, o cachorro Simba vira Zimbus e a Dina vira Tita. Sem falar que ela acha que a gente sempre está escondendo alguma tragédia dela, porque na maioria das vezes ela não entendeu a mímica ou a leitura labial, então inventar acontecidos passou a ser um passatempo, e já rendeu algumas risadas boas. Mas, de todas as peripécias da minha bisa, a que eu acho mais graça é a insistência dela, quase desespero, de fazer novena para eu arrumar marido. Que bom que alguém ainda tem fé nisso! E olha, já tem uns 10 anos que ela está nessa labuta.

E aproveitando a deixa, fiquei sabendo essa semana que fiquei para tia de vez. E o pior, estou amando a notícia!
Minha irmã está grávida e eu fiquei tão feliz como se o filho fosse meu. Me disseram mesmo que sobrinho acaba sendo um pouco filho. A melhor parte é que você não é a mãe quando a criança chora, faz cocô, dá birra, se joga no chão no supermercado. Nessas horas a gente devolve para mãe e tudo volta a ser arco-íris e unicórnios novamente.

Fico me perguntando em quanto tempo minha irmã vai começar a desenvolver os sintomas, não estou falando de enjôo, sono, desejos, essas coisas de grávida...Me pergunto em quanto tempo ela vai começar a desenvolver a síndrome de mãe, com direito a falar "maqui dônaldis" e a formular teorias criativas. Mal posso esperar pela diversão! Aguardemos...





2 comentários:

  1. Maysa levou 6 meses pra entender alhos como bugalhos e ficar meio doida. (uma vez eu vi essa descrição, por uma criança, "mãe é uma pessoa que ficou louca", achei coerente) vamos aguardar.

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