segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Boa noite, bons sonhos...

 

 
Essa noite sonhei que eu dormia bem tranquilamente (e eu já acho muito estranho a gente sonhar que dorme), quando um monstro horroroso, com uma boca enorme, saía de baixo da minha cama e me engolia com uma bocada só. Talvez Freud pudesse explicar como sendo a manifestação do meu subconsciente de um desejo reprimido de ser engolida pela terra, enfiar a cabeça em um buraco, sumir, escafeder-se por conta de algo que não saiu bem como o planejado. Ou...eu tenho uma teoria minha mesmo, uma forte suspeita de que é uma manifestação de pura dor na consciência de ter comido um sanduíche no "podrão entope veia" antes de dormir. Eu não sei quanto a vocês, mas lanchinhos antes de dormir, são pesadelos na certa para mim.
 
E aí você deve ter chegado a mesma conclusão que eu: "se seu desejo é sumir Joyce, comendo desse jeito vai ser meio difícil!" Não não era isso, mas fica a dica só pra eu me lembrar de não comer igual uma porca. 
 
Se acordada, sonhar se tornou um verbo complicado de conjugar ultimamente. E olha que eu até lembro bem dos tempos verbais. A conjugação no futuro soa como pretensão, por vezes boba, gera ansiedade, vem carregada de todos os medos do mundo e ataca minha gastrite. No passado, só me vem à cabeça o quanto sou uma grande colecionadora de pecados, que cultua a preguiça e a inveja, porque o "ter sonhado" transformou algumas vezes antigas esperanças em frustração, e me trouxe a sensação de não ter tido a invejável força de vontade e determinação que tantas pessoas conseguem ter...ah! Procrastinação também, evidente! Em contrapartida, os sonhos já realizados me inflam de orgulho, o que acumula mais um pecado capital para mim, vejam só!  E claro, tem o sonhar no presente. Sou uma grande fábrica de imaginação doente e fértil que produz só aquilo que não é real. Eu me alimento de sonhos que até me confortam de início, e quando eu me deparo com a realidade, o sonho simplesmente me engole com uma bocada só. "Está certo isso produção?". Acho até que é necessário às vezes.
 
Pode parecer profundo e demodê, mas eu vou dizer mesmo assim:
 
Sei que o sonho é a mola propulsora da vida. Algo de mágico, quase que milagroso, tem que fazer as engrenagens girarem e a realidade é um espécie de âncora. Nem sempre vai ser ruim ancorar, muitas vezes vai fazer sentido estar ali, mas estar ancorado implica em parar com as engrenagens, deixar elas adormecidas um tempo. E agora me dei conta de que estou meio perdida na minha metáfora. Âncoras são para embarcações, mas será que engrenagens também são? Bom, espero que sim, assim como espero que tenha feito sentido para você, qualquer coisa que eu tenha dito até agora...Seria ruim que acontecesse como naqueles roteiros ruins de filme, onde você descobre no fim que tudo não passou de um sonho. Acho péssimo!
 
Bem, hora de dormir pessoal! Vamos torcer pra que esse sonho de hoje seja melhor, porque eu comi salada (e não estou esperando um parbéns por isso...mentira, estou sim!).



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