segunda-feira, 4 de abril de 2011

Relato de Férias - Parte II

Agora que você já começou a ler o Relato de Férias - Parte I , como prometido, o mirabolante fim, da viagem e não o meu Graças à Deus. Vamos aos fatos: 

Ainda envolta no calor da emoção dos dias em Fortaleza, eu entro no avião às 15h da tarde para retornar à Goiás. Foi uma semana ótima, mas eu estava com saudade das minhas pessoas, dos meus cachorros e da minha casa, podem acreditar. A chegada estava prevista para às 18:30h. Tranquilo! Viajo de avião desde bebê, não com tanta frequência como gostaria, mas por vezes suficientes para não sentir medo de voar. Para não perder uma piada ruim, nem o oceano Pacífico era mais pacífico do que eu, e era assim tranquila que eu pensava em seguir viagem. 

Já na decolagem, o avião começou a dar sinais de que alguma coisa ia mal. Um alerta fez com que o comandante da aeronave abortasse a operação, mas tudo bem, era só um problema no ar condicionado, foi resolvido. Faço minha confissão de que me deu vontade de descer ali mesmo. Eu não costumo subestimar sinais, quem me conhece sabe que não. O avião subiu enfim e durante o vôo, mais sinais de que a coisa não ia bem surgiram com muita turbulência. Turbulência! Turbulência! O avião subia e descia como alguém de salto alto, quebrado, dançando "adocica meu amor, adocica!"

As crianças chorando e pessoas vomitando ao meu redor, não foram o suficiente para me fazer perder a calma. Talvez quando a simpática senhora que estava ao meu lado tirou da bolsa um pequeno terço e começou a orar em voz baixa, eu tenha me apavorado um pouco. Quando ela pegou um caderninho e começou a escrever a oração, eu pensei "acho que f@#u!". Fiquei pensando que talvez a senhorinha estivesse pensando que uma oração por escrito seria mais formal. Se Deus é mesmo brasileiro, deve ser adepto das burocracias. Até a oração chegar em duas vias, registrada em cartório e carimbada...Comecei a rezar também para dar uma forcinha no processo.

Daí que o avião normalizou e parecia que havíamos chegado a Brasília, e havíamos mesmo. Só achei suspeito que o avião ficasse brincando de "Vou aterrizar? Vou não!", ele encosta os pneus em terra e decola de novo. O comandante anuncia que não pousamos devido às condições metereológicas não adequadas. Até que dava para perceber mesmo! Então ficamos sobrevoando por um tempo até que um novo anúncio foi feito: os militares haviam interditado o aeroporto porque Barack Obama, Sr. Presidente dos Estados Unidos da América estava em Brasília e partindo para o Rio de Janeiro, naquele mesmo instante. Não poderíamos pousar por 40 minutos. 

Dá para acreditar que isso estava acontecendo? Em uma semana fora do ar, a gente não se lembra que existem jornais, quiçá um mundo inteiro de acontecimentos que independem totalmente da sua vida, das suas férias e da sua viagem iluminada de sol. O tsunami no Japão não esperou que eu voltasse, o Obama veio e não me avisou, parece que dá aquela sensação momentânea de abdução alienígena.

Infelizmente não existem ainda postos de gasolina no céu, então diante dos últimos acontecimentos tivemos que ir para Confins, Minas Gerais, para abastecer o "avião do barulho", tipo sessão da tarde, se bem que estava mais para "O último vôo" do cine corujão, e eu não queria assistir nenhum não. A vontade que eu tinha era de gritar para os militares: "Ei! Me deixem descer, eu não sou de nada, só como marmelada....eu até acho o Obama simpático! Vou nem olhar para ele!". Quando eu ia pensar em dar uma passadinha em Minas naquele dia? Fui!

Passei mais umas 3 horas dentro do avião, com mais turbulência, mais choros e mais vômitos, dessa vez com uma novidade, um garotinho de uns 4 anos de idade cantava "rebolation" um tanto quanto alto e com todo o incentivo da mãe que o ajudava, porque se tem uma letra realmente difícil é dessa bela canção erudita. Em meu estado normal eu acharia até engraçadinho, mas sob estresse total, por mais horrível que isso pareça, eu  queria chutar o moleque pra fora do avião, sorte minhas pernas estarem dormentes. Depois de 6 horas sentada, a minha bunda já tinha criado a forma da poltrona e a minha simpatia por crianças escafedeu-se.

Quando a aterrizagem foi autorizada, esperamos: uns 20 minutos para taxiar, uma meia hora por nossa bagagem e pelos nervos aflorados de todo mundo, a morte de alguém a qualquer instante. No aeroporto, irmã e cunhado me receberam com cara de cansativas 4 horas de puro tédio e espera. Enfrentamos mais 2 horas de carro até Anápolis.

Não foi a viagem mais longa da minha vida, mas foi, digamos, a mais turbulenta. Por causa do Obama eu viajei 6 horas e não 2, fui para Minas Gerais, quase morri em queda de avião e quase matei uma criança. Disso ele nem sabe...


Obama, Obama nas alturas!

P.S: Queremos esclarecer que qualquer história parecida é mera coincidência, nenhuma criança foi chutada porque ainda amo esses bichinhos, nenhum passageiro morreu ou matou alguém e eu não gosto mais do Obama!

3 comentários:

  1. hahahaha!

    Tadinha de você, Joycita. Tadinha!

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  2. se fudeu, joyce. Tô puta pq vc não avisou que vinha e nem sua irmã e seu Jorge que estavam do lado da minha casa. HUMPF :\

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  3. Putzzzzz!
    Maldito Obama!!!
    kkkkkkkkkkkkk....

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